Traficantes substituem maconha por cocaína nas rodovias de MS
Volume de cocaína retido pela Polícia Rodoviária Federal aumentou; na segunda-feira, carga de 1,8 tonelada avaliada em R$ 334 milhões foi tirada de circulação

as rodovias de Mato Grosso do Sul, a maconha está cada vez mais perdendo o protagonismo das apreensões de drogas para a cocaína, indicam as estatísticas da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A maior apreensão da história da instituição nas rodovias federais do Estado, ocorrida na segunda-feira, foi o ápice desta mudança de segmento dos traficantes e, por consequência, dos policiais.
Na segunda-feira, na BR-060, em Sidrolândia, a PRF apreendeu 1.860 quilos de cocaína em seu estado mais puro, um carregamento avaliado, conforme a polícia, em R$ 334 milhões, cuja suspeita é que seria levado, desde Campo Grande (o destino do caminhão), para grandes centros da Região Sudeste ou para o continente europeu.
As estatísticas da PRF falam por si: apenas a apreensão desta segunda-feira foi maior do que todo o volume de cocaína que a PRF aprendeu anualmente em Mato Grosso do Sul até 2011. Naquele ano, foram retidos 1.476 quilos da droga nas rodovias federais do Estado.
No ano passado, o volume cresceu consideravelmente: foram 10.728 toneladas de cocaína retidas nas rodovias. A apreensão desta segunda, sozinha, equivale a quase 20% de todo o volume de 2022.
De 2019 para cá, a guinada do tráfico da maconha para a cocaína foi verificada pela PRF. Naquele ano, foram retidas 6,9 toneladas da droga; em 2020, 5 toneladas; e em 2021, 5,2 toneladas.
Para o superintendente da PRF em Mato Grosso do Sul, Augusmar Vieira Melo, a demanda do mercado consumidor, a maior renda dos traficantes obtida com a venda da cocaína e a alta produção da Bolívia são as justificativas para a guinada dos criminosos.
O que não mudou, porém, foi o uso do Estado como rota de escoamento dos entorpecentes, seja maconha, seja cocaína.
“Além de um aumento de produção muito grande na Bolívia e de maior demanda do mercado consumidor, a otimização do trabalho de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal também contribui para o aumento das apreensões”, explicou o superintendente.
Fonte: Correio do Estado