Em três meses de 2023 choveu quase 60% do volume total do ano passado

Enquanto em 2022 foram registrados 1.213 milímetros, neste ano o acumulado é de 706,2 mm, apenas de janeiro a março

Especiais | 17 de março de 2023, por redacao@msalerta.com.br

Apenas nos três primeiros meses deste ano, já choveu 58,64% do volume total do ano passado. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Campo Grande choveu 1.213 milímetros no ano passado inteiro, já o acumulado de janeiro, fevereiro e março deste ano é de 706,2 mm.

Outro dado do Inmet mostra que o volume de chuvas nesta década já ultrapassou o total de precipitações da década passada. 

De 2004 a 2013, o total de precipitação foi de 12.136,8 milímetros; em nove anos, de 2014 a 2022, o volume total de chuvas chegou a 12.196,6 mm. 

Se somados os meses de janeiro, fevereiro e a primeira quinzena de março deste ano ao volume total dos últimos nove anos, o volume total desta década chegaria a 12.902,8 mm. 

Isso tudo porque, apenas nos três primeiros meses deste ano, já choveu 706,2 mm, enquanto, em 2022, o primeiro trimestre registrou apenas 399,2 mm de chuvas, considerando todo o mês de março. 

Em janeiro e fevereiro, o volume de chuvas superou o total esperado. No primeiro mês do ano, choveu 328,6 mm, enquanto o esperado era de 225,4 mm. 

Já em fevereiro choveu 242,2 mm, e o total esperado era de 176,0 mm. Nos 15 primeiros dias de março já choveu 135,4 mm (este valor não contabiliza as chuvas registradas ontem), quase o total esperado para o mês, de 136,8 mm.

O volume de chuvas tende a aumentar ainda mais e ultrapassar os 12.902,8 mm nesta década, tendo em vista que a previsão para os próximos dias é de continuidade de chuvas. 

De acordo com o Inmet, neste fim de semana, o céu continuará com bastante nuvens e pancadas de chuvas são esperadas principalmente à tarde e à noite. 

O outono começará na segunda-feira, mas, como é uma estação de transição, continuará com as características do verão nos primeiros dias, pelo menos até quarta-feira. 

A partir de quinta, o sol vai aparecer mais, mas chuvas isoladas ainda são esperadas, e, no fim do mês, a partir do dia 29, uma frente fria pode chegar ao Estado, o que aumenta o indicativo de chuvas. 

A média de chuvas dos nove primeiros anos desta década foi de 1.355,18 mm por ano. Já na década passada, a média simples calculada foi de 1.213,68 mm por ano. 

No entanto, o ano mais chuvoso dos últimos 20 anos foi 2013, que registrou um volume de 1.735,2 mm, ficando 202,2 mm acima da média histórica, que é de 1.533 mm. Em 2017, o total anual foi de 1.720 mm, sendo este o segundo ano com o maior índice de chuva das últimas duas décadas. 

O ano mais seco dos últimos 20 anos foi 2011, com volume de chuva anual de 602,2 mm. Logo após, 2005 foi o segundo ano mais seco, com 604,4 mm de chuvas registrados. Nesta década, o ano mais seco foi 2018, que registrou o total de 876,0 mm de chuva. 

Estado 

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), em outras cidades do Estado também houve um aumento do volume de chuvas.

Ponta Porã teve o maior volume pluviométrico, com 950,8 mm registrados de janeiro a 15 de março, enquanto de janeiro a 31 de março de 2022 o volume total foi de apenas 531,6 mm. 

Avaliando os mesmos períodos, Água Clara registrou 808,6 mm este ano e 533,4 mm em 2022. Três Lagoas teve volume total de 795,2 mm de chuvas neste ano, enquanto em 2022 o total registrado foi de 342,4 mm. 
Dourados também notificou aumento, neste ano, foram 715,4 mm acumulados até o dia 15 de março, e, de janeiro a março do ano passado, foi notificado um volume de 488,6 mm. 

Segundo o Cemtec-MS, grande parte dos municípios monitorados no Estado apresenta chuvas acima da média histórica para o mês de março. 

Em 15 dias choveu 284,6 mm em Água Clara, enquanto a média histórica é de 174,0 mm. Em Três Lagoas, choveu 182,8 na primeira quinzena deste mês, ultrapassando a média histórica de 133,2 mm. 

Campo Grande e Bonito estão entre as cidades monitoradas que ainda não ultrapassaram a média histórica. A Capital registrou 135,4 mm de chuvas, enquanto a média histórica é de 151,2 mm, e Bonito teve volume acumulado de 58,6 mm, e a média histórica é de 133,7 mm. 

Motivos 

Vinicius Sperling, meteorologista do Cemtec-MS, comenta que uma das causas do aumento de chuvas neste ano é o bloqueio atmosférico em que boa parte do Estado se encontra. 

“As massas de ar mais frias e mais secas não estão entrando, então, a gente está dentro de uma massa de ar úmida”, aponta. 

“Com isso, a gente tem um fluxo de calor e de alta umidade em direção a Mato Grosso do Sul. Aliado a isso, a gente está tendo a passagem de cavados e sistemas de baixa pressão atmosférica. Ou seja, eles favorecem a formação de nuvens e chuvas”, completa o meteorologista. 

Esses sistemas estão ocorrendo com mais frequência este ano, segundo o meteorologista, por conta da variabilidade do clima. 

Fonte: Correio do Estado