Confira impactos da greve da enfermagem nas unidades de saúde
Profissionais cobram aplicação da lei que garante adicional de insalubridade e plano de carreira

A greve dos profissionais de Enfermagem, que começou nesta segunda-feira (27) e segue por tempo indeterminado, impacta em alguns serviços nas unidades de saúde de Campo Grande.
Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem da Capital (Sinte/PMCG), Ângelo Macedo, 30% dos profissionais permanecem trabalhando, conforme determina a lei.
No entanto, todos os serviços eletivos estão paralisados. Os casos de risco à vida, dano permanente ou piora do quadro de saúde estão sendo atendidos nas salas de urgência das unidades 24 horas.
Cartazes informando sobre a greve e os motivos foram afixados na frente das unidades e um profissional vai à recepção a cada 30 minutos informar os pacientes sobre a situação.
Segundo a categoria, a equipe de enfermagem deverá comparecer no local de trabalho e efetuar o registro de ponto na folha de frequência, mas deverá paralisar algumas atividades.
Durante o período de greve, ficam paralisadas todas as atividades eletivas, como:
- vacinação;
- acolhimento com classificação de risco;
- aferição de sinais vitais para consultas eletivas;
- consulta de enfermagem;
- realização de curativos;
- troca de sondas e outros procedimentos;
- coleta de preventivo;
- visitas domiciliares;
- troca de receitas, bem como toda atividade relacionada aos programas (hipertensão, diabetes, tuberculose, hanseníase, HIV/AIDS, etc);
- coleta de materiais para exames de qualquer natureza;
- supervisão dos agentes comunitários de saúde;
- notificação de doenças e agravos;
- auxílio a qualquer procedimento eletivo de outras categorias;
- central de materiais e esterilização;
- atividades administrativas de qualquer natureza;
- outras atividades que não caracterizem urgência e emergência.
Em situações de risco a vida ou agravo importante a saúde, a equipe de enfermagem, que estará presente na unidade, deverá prestar os devidos atendimentos necessários.
Pelo menos um enfermeiro deverá permanecer na unidade, verificando a cada meia hora o saguão e recepção, observando os pacientes que chegam com sinal de alerta, para garantir que nenhuma situação de gravidade clínica seja negligenciada.
Os sinais a serem observados são nível de consciência, padrão respiratório, face ou linguagem corporal de dor, aspecto geral, coloração da pele, entre outros.
Nas unidades de atenção psicossocial (CAPs, EAP, etc), também serão paralisadas atividades eletivas, como acolhimento, consulta de enfermagem, grupos terapêuticos, visitas domiciliares e notificação de doenças, entre outras.
Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros Regional de Saúde (CRSs), que são da rede de urgência e emergência, será mantido o funcionamento integral nas salas de emergência para atender as situações de risco a vida.
Nas enfermarias, o funcionamento será com 30% do efetivo, priorizando os casos mais urgentes.
Nestas unidades também fica suspenso o acolhimento com classificação de risco, realização de curativo, auxílio em suturas, coleta de exames e atendimentos que não caracterizem urgência.
Os pacientes são informados sobre a greve e as suspensões de atendimentos nas próprias unidades.
Greve
Profissionais da Enfermagem de Campo Grande entraram em greve, por tempo indeterminado, nesta segunda-feira (27).
A paralisação já havia sido anunciada com antecedência, conforme determina lei, e, nesta segunda-feira (27), o Paço Municipal amanheceu com barricada de cavaletes e vários agentes da Guarda Municipal em frente ao prédio, para evitar possíveis acampamentos da categoria.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem da Capital (Sinte/PMCG), a paralisação é devido ao descumprimento de lei que garante o pagamento de insalubridade e o plano de cargos e carreiras por parte da gestão municipal.
Ainda segundo o sindicato, várias tentativas de acordo foram feitas com a prefeitura e o prazo previsto para a ocorrência dos reposicionamentos e enquadramentos terminou em 31 de dezembro de 2022, sem que fosse cumprido o plano de carreira.
O presidente do Sinte-PMCG, Ângelo Macedo, afirmou que 30% dos profissionais continuam trabalhando para atender as chamadas alas vermelha e amarela.
Mesmo com a barricada e o efetivo de guardas, os profissionais da Enfermagem prometem acampar no canteiro central da Afonso Pena, em frente ao Paço Municipal.
Fonte: Correio do Estado