Após anos de guerra, fronteira vive período de paz

Com 63 mortes na faixa fronteiriça Brasil/Paraguai, sendo oito em Ponta Porã, este é o menor índice para os quatro primeiros meses desde 2019

Notícias | 11 de maio de 2023, por redacao@msalerta.com.br

Aparentemente mais “pacífica”, a faixa fronteiriça entre Brasil e Paraguai registrou neste 2023 o menor índice de homicídios para quatro primeiros meses do ano desde 2019, sendo 63 homicídios registrados entre janeiro e abril na região de Fronteira, oito deles em Ponta Porã. 

Conforme o secretário Municipal de Segurança Pública de Ponta Porã, Marcelino Nunes de Oliveira, até o momento não houve o enfrentamento entre facções rivais na região, listadas como as principais causas de assassinato na fronteira, seja por guerra entre eles, ou pelas chefias do comando do submundo do crime. 

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que, na faixa fronteiriça, os números de homicídios dolosos oscilam, sendo o total registrado nesse ano 20 casos a menos que em 2022 no mesmo período, entre janeiro e abril.

Marcelino explica que na região de divisa entre Brasil e Paraguai há vários grupos que atuam no tráfico de drogas, bem como de armas; veículos; nos crimes de descaminho e contrabando, por ser uma área de fronteira seca, o que facilita que essas facções criminosas atuem, devido à grande extensão territorial. 

“O que dificulta um pouco as autoridades de segurança pública de combater esse tipo de ilícito penal. Mas com apoio de todas as forças de segurança, seja federal, estadual e municipal, no nosso caso, estamos fazendo nosso trabalho. Fazemos nossas blitz, bloqueios nas áreas urbanas, rurais e distritais, como no período de 28 de abril a 1º de maio de 2023 na Operação Fronteira Segura IV”, do gabinete de gestão integrada de fronteiras, expõe ele.

Fronteira menos violenta

Como destaca Marcelino Nunes, realmente houve uma pausa na guerra entre facções, mas, como na fronteira tudo muda repentinamente, a expectativa do secretário é que a calmaria continue por um tempo. 

Como relatado ainda em 2019 pelo próprio Correio do Estado, uma morte era relatada a cada dois dias na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Cabellero. 

Já em 2022 ainda, nos quatro primeiros meses eram registradas duas mortes a cada três dias. 

Marcelino frisa que a entidade conta com pouco menos de 60 integrantes, sendo extremamente necessária a integração com demais forças de segurança e inteligência para o combate ao crime em busca de resultados positivos, por isso esses órgãos estão sempre atentos, diz ele. 

“Continuamos nosso compromisso de executar um policiamento à altura, para dar uma sensação de segurança que a população da Fronteira espera de nós. Espero que realmente essa calmaria continue no nosso município, que a gente sabe que a qualquer momento, tudo o que eu falo aqui pode mudar”, finaliza ele. 

Fonte: Correio do Estado