TCE-MS abre auditoria para investigar ‘folha secreta’ de Marquinhos em Campo Grande

Gastos com pessoal subiram de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,5 bilhões na gestão de Marquinhos Trad

Política | 20 de março de 2023, por redacao@msalerta.com.br

O TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) abriu uma auditoria operacional sobre as finanças da prefeitura de Campo Grande para apurar a existência de uma “folha secreta” durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD). Esse procedimento verifica indícios de fraude e corrupção no setor público.

A auditoria estaria sendo relatada pelo conselheiro Osmar Jeronymo. O procedimento está em andamento, mas a assessoria de comunicação da corte não deu detalhes.

Os vereadores suspeitam de “folha secreta”, uma vez que o ex-prefeito elevou de R$ 1,6 bilhão para R$ 2,5 bilhões os gastos com pessoal. Apesar disso, nunca foi aprovado requerimento para questionar a falta de transparência da então gestão municipal pela base forte que o ex-prefeito manteve na Câmara.

Diante da falta de transparência da prefeitura sobre os dados com gastos de dinheiro público, os vereadores André Luís Soares (Rede) e Marcos Tabosa (PDT) vão impetrar um mandado de segurança para solicitar acesso à informação aos dados da prefeitura, que deveriam ser públicos, sobre o gasto com a chamada “folha secreta”. Esses valores seriam verbas pagas anualmente a secretários e alguns servidores na gestão de Marquinhos.

Questionado sobre a suspeita de folha secreta, o ex-prefeito negou o pagamento de qualquer tipo aos secretários e pede que tudo seja consultado no Portal da Transparência, justamente o alvo de reclamação dos vereadores por falta de dados.

Folha secreta

Durante audiência pública de prestação de contas para exposição de Relatório de Gestão Fiscal, o advogado dos sindicatos da Guarda Civil Metropolitana, dos Médicos e dos Profissionais de Enfermagem, Márcio Almeida, questionou a atual secretária municipal de Finanças e Orçamento, Márcia Helena Hokama, sobre a possível existência do que ele denomina de “folha secreta”.

Hokama assumiu a pasta depois que Pedro Pedrossian Neto (PSD), titular das finanças na gestão de Marquinhos Trad, saiu para se candidatar a deputado estadual.

Uma das suspeitas, inclusive, é de que o inchaço nos pagamentos de pessoal na prefeitura de Campo Grande tenha a ver com a campanha do PSD nas últimas eleições de 2022 em Mato Grosso do Sul.

Trad renunciou ao cargo para concorrer ao Governo do Estado, mas acabou em sexto lugar após ser implicado em escândalo de assédio sexual. Ele virou réu por assédio sexual contra 7 mulheres e o caso continua na Justiça.

Penduricalhos: manobra para ‘engordar’ ganhos de aliados

Segundo o advogado, as possíveis causas para o crescimento do valor da folha do Poder Executivo, para além dos eventos legislativos, seriam contratos temporários, planos de trabalho (Gratificação por Encargos Especiais), jetons e acréscimos não informados no Portal da Transparência.

Segundo ele, praticamente não houve crescimento vegetativo da folha, “tendo em vista que os quinquênios, ascensões e progressões estão represados há muito tempo”.

O advogado pontuou diversas situações enfrentadas pelos servidores: falta de aumento real há anos, professores e profissionais da enfermagem fazendo greve, auditores e procuradores com salários limitados pelo teto remuneratório.

No entanto, a atual secretária informou que cabe à Seges (Secretaria Municipal de Gestão) informar sobre a folha municipal.

Fonte: Midiamax